Categoria: Luta pela terra

  • O movimento Terra Livre participa do plebiscito pelo limite da propriedade rural no Brasil

     

    De 01 a 07 de setembro o movimento Terra Livre participou de forma ativa na organização e realização do plebiscito pelo limite da propriedade rural no Brasil.

    O movimento organizou urnas nas áreas de acampamentos e assentamentos organizados pelo movimento, e também nos sindicatos parceiros.

    Militantes do movimento também participaram em parceria com o Sintsep-go, da banca do plebiscito na praça do bandeirante (centro de Goiânia), onde mais de 2.000 pessoas participaram.

    Pedro Ferreira Nunes

    Da secretaria regional Goiás

  • Movimento Terra Livre consegue primeira conquista na região noroeste de Goiás

     

    Finalmente após 2 anos de luta, no dia 31/08 o INCRA/GO realizou uma audiência pública para aquisição da fazenda São Felipe Vereda Bonita na cidade de Goiás/GO. A área é de aproximadamente de 1.400 há, e vai assentar em média 30 famílias.

    Trabalhadores sem terras organizados pelo movimento na região noroeste de Goiás lotaram a câmara municipal da cidade de Goiás para participar da audiência pública e cobrar agilidade no processo de desapropriação de outras áreas na região.

    Na audiência estavam presentes além do superintendente regional do INCRA/GO, servidores do órgão, vereadores, comissão pastoral da terra, representantes da OAB, UFG e a direção estadual do movimento Terra Livre que fez o uso da palavra para saudar a luta e denunciar a lentidão da reforma agrária no governo Lula.

    Na atividade o movimento e a CPT aproveitaram para realizar a votação do plebiscito pelo limite da propriedade rural no Brasil.

    Zelito F. Silva

    Coord. Nacional do Movimento Terra Livre

  • Jagunços e policiais expulsam famílias do Terra Livre em Goiás

    Por Secretaria de Comunicação – Terra Livre-GO

    Nesta Terça-feira (25/05/10) por volta das 22:00 hs, duas viaturas da GPT (Grupo de Patrulha Tático) da Policia militar de Goiás, com 10 PMs e mais 10 jagunços do fazendeiro, expulsaram de forma violenta as famílias organizadas no movimento popular Terra Livre que ocupavam a Fazenda Varginha desde o último sábado (22/05/10), um latifúndio improdutivo e hipotecado pelo Banco do Brasil na cidade de Rio Verde/GO.

    Além de terem agido com brutalidade e intensa violência, a ação foi ilegal, (tanto que agiram na calada da noite), não tinham em mãos nenhuma liminar pedindo a reintegração de posse, como exige a lei. A desocupação só pode ser realizada mediatamente liminar expedida por um juiz. Mesmo assim é possível um diálogo para que as famílias possam se organizar para desocupar a área. Em caso de liminar é preciso a presença de um oficial de justiça, e o horário deve ser entre 6:00 e 18:00 horas. Portanto, agiram de forma arbitraria, autoritária e ilegal. Forças policiais do estado que deveriam proteger a população, atuaram ao lado de jagunços defendendo os interesses de um latifundiário, usando de métodos de coação com ofensas pessoais, obrigando as pessoas a deitarem no chão, sobre a mira de revolver e escopeta, derrubando os barracos, e ainda chegaram ao ponto de roubarem a bateria que iluminava o acampamento.

    Exigimos das autoridades competentes em especial da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, uma investigação profunda e honesta sobre essa barbaridade, exigimos que seja revelado o nome dos policiais envolvidos, e que os mesmos sejam punidos, pois não acreditamos que eles tenham agido seguindo a orientação de seus superiores, e se agiram sobre orientação de seus superiores o fato se torna mais grave ainda, devendo esses também serem punidos.

    Pedimos aos Companheiros e entidades parceiras que façam moção de repudio cobrando das autoridades competentes, uma investigação e punição dos policiais envolvidos para os seguintes endereços.

    Fax: (62) – 3201-1094 E-mail: corregeral@sspj.go.gov.br. /ouvidoria@ssp.go.gov.br. (Enviar com cópia para secretaria@terralivre.org)
    SECTRETARIO DE SEGURANÇA PUPLICA DE GO SR. SERGIO AUGUSTO INACIO DE OLIVEIRA.

    Coordenação Estadual do movimento popular Terra Livre
    Contatos: Fone fax: (062) 3093-7572/30938977 e e-mail:
    goias@terralivre.org

  • [Goiás] Após 4 ocupações, movimento conquista fazenda em Itarumã

    Comunicado: Vitória no Campo!

    Comunicamos às entidades, movimentos e amigos do movimento popular Terra Livre, que termina com sucesso a saga das famílias que há mais de três anos lutam pela terra no município de Itarumã/GO, que com muita luta e após quatro ocupações acabaram de conquistar uma área.

    Na última quinta-feira, 20/05/10, o INCRA emitiu a posse da fazenda, após uma longa batalha judicial com o proprietário. O mesmo tinha travado o processo de desapropriação por não concordar com o laudo do INCRA, que decretou a desapropriação pelo não cumprimento de sua função social, como grande propriedade e praticamente sem produtividade.

    A fazenda deve assentar em torno de 35 famílias, que iniciam agora uma nova batalha que é a implantação do pré-assentamento. Há uma enorme lentidão e burocracia do INCRA e falta de empenho do governo LULA na realização da reforma agrária, que na realidade apenas faz concessão de terras a partir das pressões dos movimentos. Lutando contra a lentidão do governo, as famílias entram em uma nova fase da luta, que é a implantação e desenvolvimento do assentamento.

    Secretaria Estadual de Comunicação do movimento popular Terra Livre/GO.

    Contatos: (062) 3093-7572/30938977 | terralivre.go@gmail.com | blog.terralivre.org

  • Terra Livre ocupa latifundio improdutivo em Rio Verde/GO

    NOTA À IMPRENSA

    Goiânia, 25 de Maio de 2010.

    Na madrugada de sábado dia 22/05/2010, 60 famílias organizadas pelo movimento popular Terra Livre ocuparam a Fazenda varginha no Município de Rio Verde. Latifúndio improdutivo, com varias hipotecas com o BB, os bancos públicos infelizmente não cumpri a sua função de financiar os trabalhadores, mais sim os grandes latifundiários, que rolam as suas dividas por tempo indeterminado.

    A ocupação tem como objetivo, cobrar do INCRA, agilidade no processo de  Reforma Agrária, novas vistorias para obtenção de terra , já que o governo  Lula paralisou o programa de Reforma Agrária.

    Secretaria de comunicação Estadual do movimento popular Terra Livre /GO.

    Contatos: (062) 3093-7572/30938977 | terralivre.go@gmail.com | blog.terralivre.org

  • Jornada de Trabalho são lutas de todos nós

    Por Zelito F. da Silva*

    A direita, representante do Agronegócio, se levanta das trevas contra a publicação da portaria que atualiza os Índices de Produtividade. A direita, representante do setor empresarial, também se levanta em campanha aberta contra a Redução da Jornada de Trabalho.

    A Atualização dos índices de produtividade é tão importante para os trabalhadores camponeses que lutam pela reforma agrária, quanto a redução da jornada de trabalho o é para os trabalhadores urbanos. Em função das inovações tecnológicas as empresas aumentaram a produtividade em 132%, e é por isto que os trabalhadores querem a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Para trabalhar menos, ter tempo livre, para descansar, para estudar, para o lazer, embora os representantes dos patrões não concordem com isto e queiram os trabalhadores o dia todo dentro. Em todo o Brasilas fábricas estão em pé de guerra.
    Patronal resiste para manter a exploração

    Usando a desculpa de que as empresas vão quebrar e que vai aumentar o desemprego, um dos representantes da patronal, o Deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) em entrevista para a rádio CBN na Câmara dos Deputados, disparou: “Se você reduzir a carga horária, o que vai fazer o trabalhador? Eles [os defensores da mudança na lei] dizem: vai para casa para ter lazer. Eu digo: vai para o boteco, beber álcool, vai para o jogo. Não vai para casa. Então, você veja bem, aí é que tá o mal: ele gastar o tempo onde ele quiser, se nós podemos deixá-lo produzindo para a sociedade brasileira.” (agosto de 2009). Isto mostra a visão que o setor patronal tem dos trabalhadores brasileiros: isto é, para eles um bando de alcoólatras. O fato é que a redução da jornada poderia gerar dois milhões e quinhentos novos postos de trabalho. Isto representaria um aumento na folha de pagamentos das empresas em apenas 2%. Como vemos os capitalistas não admitem diminuir os lucros de forma alguma. A última redução da jornada foi em 1988, de 48 para 44:horas semanais.
    A Bancada ruralista se articula para manter os latifúndios improdutivos

    Com o anuncio tardio, após sete anos de governo, Lula prometeu editar uma medida provisória atualizando os Índices de Produtividade, que é uma  bandeira de luta histórica dos movimentos camponeses. Para aumentar a obtenção de terras para a reforma agrária, em audiência com o MST, Lula, para fazer media acenando para 2010 e buscando comprometer o MST e os demais movimentos, disse que criaria uma portaria para alteração dos índices de produtividade. Isto foi o suficiente para que as elites e Ruralistas personificados nas figuras da Senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura e do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), líderes das Bancadas Ruralistas no senado e no congresso (que incluem partidos da oposição de direita e da base de apoio do governo), enquadrassem o Ministro da Agricultura  Reinhold Stephanes, que declarou abertamente ser contra a portaria e que não a assinaria e trabalharia para convencer o governo do mesmo. Após as declarações foi repreendido pelo governo. O mínimo que o Lula deveria ter feito era tê-lo demitido.
    A direita reacionária logo tratou de articular para que a imprensa burguesa entrasse em cena. Como é o caso da revista Veja que publicou edição especial atacando o MST com noticias requentadas. A TV Bandeirantes ficou por uma semana fazendo editoriais em todos os telejornais. E continuam a campanha para criminalizar os movimentos sociais. A morte do militante do MST Elton Brum no Rio Grande do Sul, em uma simples desocupação onde  famílias já estavam saindo pacificamente, é uma demonstração da ação combinada de repressão e criminalização dos movimentos sociais, com objetivo de desmoralizar os movimentos de luta pela terra com a conivência do Governo Lula, que só acena mas não toma mediadas efetivas em prol da reforma agrária,. nem para responsabilizar os  assassinos e mandantes dos crimes contra os trabalhadores camponeses.
    Os índices de produtividade são os instrumentos legais que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), utiliza para fazer aferição do grau de utilidade da terra (GUT=80%) e do grau de eficiência exploração (GEE= 100%) das terras nas vistorias agronômicas. Estas vistorias são realizadas pelos peritos federais da mesma forma como os fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego fazem vistorias nas fábrica para verificar se ela estão cumprido a legislação trabalhista, condições de higiene, alimentação, horário, segurança, etc. No caso de uma empresa, quando constatado que a mesma está descumprindo a legislação é aplicada multa e fecha-se a seção temporariamente, até que se corrija a irregularidade.
    Nas fazendas após a vistoria, constatando-se que a mesma não está cumprindo a sua função social através da produção, a punição é a desapropriação com justa indenização, com pagamento das benfeitorias à vista e a terra nua em até 20 anos em títulos da dívida agrária. Isto está previsto na Constituição Federal, nos artigos 185 e 186 que regulamentam a questão agrícola e agrária, e o direito à propriedade. Mas também determinam que toda a propriedade deve cumprir   função social, utilizando a terra de forma racional, mantendo sua produtividade, respeitando as legislações trabalhista e ambiental.
    A última vez que os índices foram atualizados foi no ano de 1975. Neste período de mais de trinta anos ocorreu uma revolução científica e tecnológica no campo, e o próprio agronegócio não existia como é hoje. O crescimento da  produtividade média por ano foi de 3,68% de 1975 à 2000, e de 2000 à 2006 o crescimento foi ainda mais elevado: 4,98% segundo o próprio MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O artigo 11 da Lei Agrária (8.629 de fevereiro de 1993), determina que os índices devem ser ajustados periodicamente, de modo a acompanhar o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional.
    Os ruralistas afirmam que 400 mil propriedades vão ser atingidas pelos novos índices, o que inviabilizaria tolamente a produção agrícola. Isso não é verdade. Embora estas 400 mil propriedades representem 42,6 % das terras agricultáveis, representam apenas 10% das propriedades, segundo dados do Incra. O órgão tem cadastrados 4.238.447 de imóveis, e destes 3.838.000 (90% do total) não serão atingidos pelos dos novos índices. Na verdade o que querem os ruralistas é manter os latifúndios improdutivos e a concentração das  terras no Brasil. Tentam criar uma cortina de fumaça para confundir a população com objetivo de colocar  a opinião publica contra a mediada provisória.
    Lula precisa cumprir compromisso assumido
    A medida é de caráter interministerial: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura (MAPA), Ministério do Meio Ambiente. e precisa ser submetida ao Conselho Nacional de Política Agrária (CNPA) que está desativado desde o governo FHC, e que só pode ser convocado pelo presidente da república. O CNPA é composto pelos referidos ministérios, onde também fazem parte representantes das entidades patronais dos agricultores e dos trabalhadores, a CONTAG, tidos como “a Sociedade Civil”. O formato é um pouco parecido com o conselho curador do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
    Os novos índices terão como base cálculos do período entre 1996 e 2007 referenciados em estudos da UNICAMP, IBGE e EMBRAPA. Será levado em conta a similaridade de cultura e produtividade por região do país, estudos agronômicos que quantificam a produção média por hectare e a lotação de unidade animal por hectare. É provável que com atualização dos índices, a obtenção de terras aumentaria em torno de 25%. Muitas das propriedades consideradas hoje como produtivas, com os novos índices,  teriam comprovadas a sua improdutividade. Atualmente a cada dez fazendas vistoriadas pelo Incra só uma é considerada improdutiva, sendo que os fazendeiros recorrem na justiça até a ultima instância do judiciário. Atualmente existem cerca de 260 processos de desapropriação travados na justiça.
    Agora a senadora Kátia Abreu recolhe assinaturas no senado para abrir novamente uma CPI para investigar o MST, com a velha alegação que o MST usa dinheiro publico através dos convênios para fazer ocupação em propriedades privadas e em prédios públicos. Como se o senado tivesse moral para investigar alguém, aquele antro de corrupção. Podemos cobrar do MST uma posição firme, que com relação ao governo Lula tem sido vacilante, que bate e assopra e que com isto não tem ajudado acumular forças junto à população contra o Governo.
    Kátia Abreu e o setor ruralista precisam explicar a dependência do setor do agronegócio em relação ao estado e ao sistema financeiro; e a sua baixa produtividade. O governo disponibilizou 97 bilhões de reais em crédito para que o setor obtenha R$120 bilhões de reais no final da safra. Os ruralistas são em torno de 3 milhões de famílias, e 1% deles detem 46% das terras agricultáveis. O conjunto dos latifundiários ocupam 200 milhões de hectáres para criar 240 milhões de cabeças de boi. Ou seja 1,2 por hectare, criados de forma extensiva, causando enorme impacto ambiental.
    Na América Latina só o Brasil e Argentina não fizeram Reforma Agrária

    O modelo de produção agrícola predominante é totalmente voltado para a exportação sem valor agregado, não há. nem uma preocupação com o mercado interno e transformaram o Brasil no maior consumidor de agrotóxico do mundo. A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) presidida por Kátia Abreu não diz quantos milhões ela pegou do governo em recursos do FAT. Com pretexto de fazer capacitação dos agricultores, utilizam o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizado Rural), ligado ao “Sistema S”, através dos Sindicatos Ruralistas, para ministrar cursos aos agricultores, inclusive nos assentamentos de reforma agrária, para disputar ideologicamente os assentados com os movimentos, onde os cursos são só para justifica o dinheiros recebido.
    A agricultura camponesa e familiar representa 20 milhões de e agricultores enquanto a patronal representa 3 milhões de famílias. As pequenas e medias propriedades de até 15 modulo fiscais representam 52,4% dos estabelecimentos rurais brasileiros. A agricultura familiar, mesmos com apoio insignificante por parte do governo, representa 10% do PIB Brasileiro e 1/3 do PIB agropecuário, além de ser responsável pela produção de 70 % de todo o alimento que abastece as mesas dos brasileiros, sendo responsável por  3/4 dos postos de trabalho no campo.
    A Reforma Agrária por si só não é uma bandeira revolucionaria. Os países capitalistas já fizeram com objetivo de desenvolver o capitalismo e dinamizar o mercado interno, realizar ocupação de territórios. Os militares tinham um lema, integrar para não entregar, e com isto distribuíram terras na Amazônia, com outro lema, terras para homens sem terras. Só que não era um programa de reforma agrária, e sim de distribuição de terras por uma questão estratégica de ocupação de territórios. A Reforma Agrária é uma política necessária para o desenvolvimento do país, por isto os movimentos que atuam no campo precisam avançar na unidade de ação e deve buscar a solidariedade dos trabalhadores urbanos em apoio a Reforma Agrária.  Trabalhadores do campo e da cidade uni-vos!
    – Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores;
    – Por outro modelo de desenvolvimento para o campo, voltado para o mercado interno, com o objetivo de atingir a nossa soberania alimentar;
    – Atualização dos índices de produtividade já;
    – Delimitação do tamanho da propriedade em no máximo 15  módulos fiscais;
    – Por um sistema público nacional de assistência técnica e extensão rural;
    – Reestruturação do INCRA com concurso público para novos servidores;
    – Instalação de Varas Especiais Agrárias e Promotorias agrárias estaduais e federais;
    – Estatização dos cartórios e cadastro unificado dos imóveis rurais;
    – Rito sumário para julgamento dos processos agrários;
    – Transformar o PRONERA em política pública com uma lei específica;
    – Não à criminalização dos movimentos sociais;


    * Zelito F. Silva é membro da Coordenação Nacional do Terra Livre pelo estado de Goiás.